terça-feira, 13 de abril de 2010

Surpresas geram fortalezas

A vida foi passando com seus altos e baixos. Minha filha estava mais ou menos com 20 anos de idade, nos últimos períodos da faculdade. Um belo dia levantei pela manhã, peguei meu café, fui tomá-lo na sala de televisão, para assistir ao jornal das 7 horas da manhã. Sentei no sofá e coloquei os pés em cima de uma banqueta para acomodar a perna dura. Em frente o sofá que estava sentada tinha outro sofá, o que tornava a passagem estreita. Minha cunhada me chamou no quintal da minha casa, e ao me levantar para atendê-la em vez de tirar a banqueta, tentei passar entre ela e o sofá... quando “dei por mim” já estava caída no chão, numa posição que a perna esquerda (a que tinha a prótese do joelho) ficou totalmente torcida. Tentei me mexer e não consegui, minha cunhada chamou seu esposo para me ajudar, me pegou e me colocou sentada na ponta do sofá. A dor era terrível, notei que minha perna estava torcida e deveria te acontecido algo muito grave. Chamaram a ambulância do corpo de bombeiro, os paramédicos me imobilizaram e me levaram para o hospital. Há como foi difícil, parecia que não chegava nunca, pois a cada buraco que a ambulância passava, era como se estivesse tirando minha perna. Ao chegar no hospital fui logo atendida, quando tiraram o raio x não dava prá ver a fratura, o médico sabia que tinha fratura, mas o Raio x não mostrava como da vez anterior. Durante três dias tiraram rio x, e só no quarto dia detectaram a fratura. Aí o médico marcou a cirurgia para o dia seguinte. Esses quatros dias foram terríveis, os medicamentos para dor eram injeções fortíssimas, tipo morfina, só assim a dor passava por um tempo. Quando fiz a cirurgia, foi como chegar ao céu, um verdadeiro alívio. Fiquei mais uns dias no hospital, como meu esposo e minha filha trabalhavam, fui para a casa da minha mãe, pois ainda precisava de cuidados especiais. Quando já estava quase com sessenta dias o médico me liberou para andar com um andador, mas sem forçar a perna. Então voltei para minha casa, alguns dias depois estava tomando café da manhã com minha filha, quando de repente escutamos um estralo como se alguma coisa tivesse se partido, senti que era alguma coisa com minha perna , tentei mexe-la e não consegui doía muito. Novamente o copo de bombeiro foi chamado e mais uma vez me levaram para o hospital. Chegando lá meu médico já estava me esperando, fiz um Raio X e confirmaram que a placa que tinha sido colocado no fêmur tinha partido. Cá pra nós o material deveria ser de primeira qualidade, não é mesmo?! Fui para a sala de cirurgia e desta vez colocaram uma haste dentro do osso do fêmur, a qual levava um parafuso próximo à bacia e outro ao joelho onde estava a prótese. Quando saí do hospital voltei novamente para a casa de minha mãe, quando estava me sentindo mais forte voltei para minha casa. Desta vez só andei com o andador depois de noventa dias. O mais difícil foi ficar dependendo de outras pessoas, isso era péssimo, mas logo que comecei a andar com o andador comecei a me sentir mais livre. Tive uma ótima recuperação, aí comecei aos poucos a retomar minha vida, é claro usando minha bengala... e pensando comigo mesma que agora iria ter uma trégua, pois afinal já tinha passado por muitas dores, muitas cirurgias e muitas atribulações.
Na vida, o dia de amanhã é como o clima ele é previsível mas podemos nos surpreender com uma chuva repentina ou um calor estarrecedor. Deus nos compete as dificuldades do dia a dia de acordo com a nossa força e como ferramenta incontestável de fortificante da nossa fé. Deus esteve segurando a minha mão ao meu lado todos os momentos e teve ainda assim momentos que ele me carregou no colo.
Um abraço e até breve.

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