segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Minha filha...

Numa bela manhã, exatamente no dia 11 de junho, veio ao mundo uma linda menina, nasceu com olhos abertos, duas perolas negras, inquieta como se sentisse uma grande necessidade de ver o novo mundo que iria habitar. Inquieta e agitada, já mostrando que paciência não seria seu ponto forte. Foi uma criança saudável, sapeca, mas acima de tudo muito exigente consigo mesmo, apesar de criança era extremamente organizada e excelente aluna na escola. Como qualquer criança gostava de brincar com bonecas, andar de bicicleta, nadar na piscina no quintal, às vezes só ou com as primas ou amigas. Os anos foram passando, tornou-se uma bela adolescente, como sempre muito estudiosa, cheia de vontade de abraçar o mundo, de conhecer tudo, de querer o que não estava ao seu alcance, mas logo em seguida reconhecia que tudo tinha o momento certo. Um período em que meus olhos tinham que estar sempre atentos, impor regras e horários, pois a própria idade fazia com que pensasse que se podiam tudo.
Cresceu convivendo com meus problemas de saúde, onde teve a oportunidade de aprender a ser humilde e solidária, minha companheira em momentos difíceis, que apesar de jovem passava sua força para mim, não me deixando desistir de lutar.
Tornou-se uma lida mulher, hoje elegante, charmosa, personalidade forte, senhora de si, sabendo exatamente o que quer, mas que também em alguns momentos quer colo, beijos e carinhos. Que em certo momento de sua vida teve que deixar seu emprego, para ficar ao meu lado num momento muito difícil de minha vida, o qual lhe serei grata por toda minha vida.
Depois teve novas oportunidades de emprego, novos desafios e experiências, passou por dificuldades, mas com sua persistência e força de vontade conseguiu vencer. Hoje faz o que gosta, como qualquer profissional encontra dificuldades na sua carreira, mas com sua sabedoria acaba sempre encontrando uma saída. É admirada por muitos pela capacidade de realizar aquilo que se propõe fazer.
Prestes a se tornar uma senhora, pois em breve irá se casar. Mas com certeza continuará correndo atrás de seus sonhos, os quais com a garra que tem conseguirá realizá-los.
Aí está o maior presente que recebi em minha vida, a pessoa que mais admiro neste mundo, a qual sou capaz de dar minha vida para vê-la feliz, minha filha querida.
Minha linda, te amo muito.. muito... muito...

Um abraço e até breve.

Minha Família

Sou de uma família composta por sete filhos, cinco mulheres, dois homens, meu pai e minha mãe graças a Deus vivos. Minha cidade fica no norte de Minas Gerais, é uma cidade de porte médio, a qual nos últimos vinte anos desenvolveu muito principalmente no setor educacional, o que a levou a ter inúmeras faculdades, todas muito bem conceituadas.
Venho de uma família de classe média, a qual meus pais fizeram questão de apesar das dificuldades, que todos estudássemos, todos formaram ensino médio, uns com cursos técnicos, outros completaram o curso superior. Hoje todos estão casados e com filhos.
Graças a Deus minha família é muito unida, claro que como em qualquer relação às vezes existe alguns atritos, coisa de irmãos que após uma boa conversa acaba se resolvendo. Sempre aproveitamos o aniversário de alguém para nos reunirmos e colocar o papo em dia, isso sem deixar de dizer no dia das mães e dos pais. No Natal nos reunimos todos na casa de um dos filhos, meus pais, irmãos e sobrinhos (a), normalmente não faltam ninguém. Após as orações e a ceia, fazemos várias brincadeiras, inclusive um amigo invisível bastante diferente, o qual as lembranças tem que ser simples... durante a brincadeira podemos tomar a lembrança do outro se for mais interessante que a nossa, na realidade só no final saberemos com qual presente ficaremos. Crescemos assim sempre juntos, coisa que meu pai sempre fez questão de nos ensinar, ser unidos. Cada um com suas qualidades e defeitos, mas estarmos sempre unidos. Quando morávamos todos na mesma casa, aos domingos nos reuníamos todos ao redor da mesa para almoçarmos, almoço esse que sempre iniciava com uma prece, o que meu pai sempre nos ensinou agradecer sempre pelo que recebemos.
Nossa infância e juventude foi muito boa, bem diferente de hoje. Na infância brincávamos pela rua de esconde esconde, jogávamos queimada, subíamos em árvores, chupávamos manga no pé nos lambuzando todo. Na juventude como não existiam muitos bares na cidade, fazíamos chacrinha (pequenas festas) na casa dos amigos, era muito divertido, ou então fazíamos serenata pelas praças da cidade, coisa que hoje é impossível por causa de violência que existe por todo canto. Bons tempos que jamais voltarão. Mas apesar da vida corrida de hoje, cada um com seu trabalho e suas obrigações, fazemos questão de continuar na medida do possível preservando essa união.
Coisa que muitas famílias hoje nem sabem o que é. A maioria das famílias é bastante pequenas, compostas por um ou dois filhos, e muitas vezes estudam ou trabalham fora, em outra cidade, a procura de um futuro melhor, surge novos amigos, e aí a necessidade de ficar perto dos familiares vai diminuindo, sendo substituídos por outros objetivos, vôos mais altos. Sei e entendo que isso é o progresso, a evolução dos tempos. Mas aí é que está o perigo, os laços maternos, paternos fraternos, familiares em geral, vão sendo cortados, e aos poucos vão se tornando mais materialista, deixando de lado o sentimento de união, de amor e de fé, passando a serem pessoas egoístas deixando de enxergar o outro que esta ao seu lado. Justamente por isso cada vez mais tenho a certeza de que minha família... Esposo, filha e familiares, pais, irmãos e sobrinhos são tão importante pra mim.
Em fim concluindo tudo isso, o bem da verdadeira família é um grupo de pessoas que dividi o mesmo gosto pela vida, dando apoio, sendo como dizemos irmãos, sabendo quando é necessário seu conselho, quando é preciso rir e divertir, ou até mesmo dividir lágrimas. São essas pessoas que passam a se tornar essenciais em nossas vidas. Pais, maninhas, irmãos, sobrinhos etc. Apenas por dividir o mesmo sentimento.
Um abraço e até breve.

sábado, 2 de outubro de 2010

O céu cinzento...

Neste momento gostaria de falar um pouco do que estou sentindo, tentarei... pois não sou nenhuma escritora para descrever meus sentimentos com palavras bonitas. Hoje 15 de agosto de 2010 o céu está cinzento, o clima de minha cidade que normalmente é bem quente, hoje está frio, as nuvens acinzentadas escurecendo o dia e o vento frio, balançando as folhas das palmeiras faz o dia ficar feio transmitindo tristeza. Não gosto de dias assim, gosto de ver o céu azul e o sol brilhando nele com toda sua força nos emitindo sua energia maravilhosa, nos fortalecendo. Sempre gostei do sol, não para me bronzear, mas da sua claridade gosto de abrir portas e janelas e sentir seus raios penetrar casa adentro limpando energizando todo o ambiente. Acho que tudo isso está contribuindo com o que estou sentindo neste momento, uma profunda tristeza no meu coração, um nó na garganta, uma vontade imensa de chorar. Fazendo-me pensar num passado longínquo, lembranças boas e ao mesmo tempo secretas “andorinhas voando num céu azul, sendo admirada por mim e alguém, talvez minha alma gêmea...” coisas que fazem parte de um caminho que talvez por falta de coragem desisti de seguir. Tomei outro rumo, segui outro caminho, não sei qual dos caminhos seriam o melhor pra mim, sei que uma parte de mim ficou lá junto das andorinhas e com as lindas recordações que tocaram profundamente meu coração. O caminho que segui a maior parte do tempo foi cheio de muitas pedras, obstáculos os quais muito difíceis de superá-los, momentos de muito sofrimento se vocês leram os meus textos sabem do que estou falando. Mas a vida não é só tristeza é claro tive momentos bons e alguns felizes como o nascimento de minha filha querida e dos os momentos que convivi com ela. Hoje esses momentos são muito poucos, ela mora em outra cidade correndo atrás de seus sonhos. Mas quando ela vem me visitar e a família fica reunida, aí sim tenho novamente outro momento feliz e quando ela vai embora ai volto novamente para minha solidão e a contar os minutos e as horas que ela vira novamente. É meus amigos hoje estou triste, mas amanhã será outro dia com certeza um dia melhor. Também não posso esquecer-me do que aprendi com a doutrina espírita, que cada um de nós tem uma missão a cumprir, onde muitas vezes temos a oportunidade de nos lapidarmos, repensar nossas atitudes, nossos erros e tentar melhorar espiritualmente e moralmente, para que assim possamos seguir para outra vida mais limpa, mais transparente, mais digna, talvez seja exatamente o que está acontecendo comigo. Um abraço e até breve.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma luz no fim do túnel

Esta semana minha esperança começou a ficar ainda mais forte. Fiz um consulta com um médico ortopedista muito bem conceituado na área ortopédica, pois quando se trata de saúde é muito importante conhecermos a opinião de vários médicos principalmente quando temos que tomar uma decisão que pode nos afetar pelo resto de nossa vida. Depois de detalhar todo o problema de minha perna, o médico me mostrou uma luz no fundo do túnel, me disse que existe a possibilidade de minha perna ficar 70% boa, podendo vir a andar como andava antes, com uma bengala e o joelho dobrando um pouco, o suficiente para poder andar com mais facilidade, é claro que com muito cuidado e atenção. Mas só decidirei totalmente após ouvir opinião de mais um médico, é um tratamento muito caro, para fazê-lo tenho que ter certeza de que realmente é uma coisa boa. Esta notícia foi a melhor que recebi nesses últimos quatro anos. Já estava decidida anquilosar minha perna, e assim ficar com as duas pernas duras, iria ter uma dificuldade muito grande para me locomover. Mas como sempre disse nunca perco a esperança, e junto com ela minha fé inabalável. Por isto queridos amigos, digo a vocês para não desistirem nunca por mais difícil que seja o obstáculo, se vocês tiveram o pensamento positivo e junto com ele muita fé conseguirão vencê-los, porque Deus nosso Pai maior nunca abandona seus filhos, e o nosso pedido é atendido no momento que merecermos. Pois o tempo de Deus é um e o nosso é outro.

Um abraço e até breve.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saudades...

Tenho saudades de andar pelas ruas, sentindo o cheiro de gasolina dos carros e as pessoas se esbarrando em mim.
Tenho saudade de andar pela praça principal de minha cidade, sentir o cheiro de terra molhada dos jardins e o vento das árvores esvoaçando meus cabelos, e de comer pipoca sentada num banco olhando as crianças brincar no coreto.
Tenho saudades de andar pelo centro comercial de minha cidade, olhar vitrines de roupas, sapatos, pesquisar preços, sentar em uma sorveteria e tomar sorvete de pistache, olhando o vai e vêm das pessoas.
Tenho saudades de andar de bicicleta ou correr pela avenida, sentido o vento no rosto e minha respiração ofegante.
Tenho saudades do meu time de vôlei quando jovem e das luxações que muitas vezes deixava em meu corpo.
Tenho saudades de quando nadava três vezes na semana, com sol ou com chuva, sentindo o ardor do cloro em meus olhos.
Tenho saudades de andar pelo shopping com minha filha, só para passar o tempo.
Tenho saudades de andar pelas ruas debaixo da chuva fina, sentindo os pingos de água fria no meu corpo.
Tenho saudades de andar descalça pela praia sentindo a água do mar em meus pés e a brisa salgada em meu corpo.
Sim... Tenho saudades de muitas coisas... Que para a maioria das pessoas passam despercebidas por causa da facilidade e constância que fazem, não sentindo assim a importância de cada uma delas na nossa vida, coisas simples que num certo momento da nossa vida pode tornar-se muito importante. Quando queremos fazê-las e não podemos, não temos condições físicas para realizá-las.
Sei que posso fazer a maioria das coisas que tenho saudades, com a ajuda de alguém, mas não com a liberdade de deixar minhas pernas e pés me levarem, e é isso que tenho saudades.
Um abraço e até breve.

domingo, 25 de julho de 2010

Senhor.. cura-me, mas em primeiro lugar cura meu espírito, para que minha alma possa chegar até voz com brancura que a criaste

Hoje a paciência é uma palavra constante em minha vida, pois só se aprende a ter paciência, a cultivá-la quando somos colocados à prova, quando nos vemos numa situação em que não temos outra alternativa. Um exemplo, é quando estamos totalmente a mercê de outras pessoas, inteiramente dependendo quase que em todos os sentidos. É terrível quando de repente nos vemos na dependência de alguém, ter que pedir a todo momento, querer fazer e não poder fazer, olhar e não poder pegar, sentir e na maioria das vezes reprimir seus sentimentos, esconder suas carências, porque já estamos exigindo o máximo do outro. É stressante para ambas as partes.

Em muitos momentos me encontrei nesta situação, atualmente consigo fazer algumas coisa sozinha, mas ainda preciso da ajuda das pessoas em todas a tarefas da minha casa, e quando não estou bem preciso da ajuda das pessoas para me levantar, preparar meus alimentos empurrar minha cadeira. Peço a Deus que me dê sabedoria para aprende a ter paciência e o discernimento necessário para conseguir vencer esta batalha que não é nada fácil. Batalha esta a qual tenho que vencer sozinha, onde a solidão toma conta de meu coração, e a cada momento me policio para tentar não julgar os outros, pela falta de paciência, atenção, carinho e acima de tudo solidariedade, palavra esta que muitos poucos conhecem. Entender que cada um de nós, somos espíritos com grau evolutivo bastante diferente, que em um certo momento talvez terão seu sofrimento, onde serão obrigados a parar para pensar, refletir, tentar mudar, se não nesta vida, na próxima. Porque infelizmente nós seres humanos que só aprendemos quando o sofrimento toma conta de nós, a tal ponto de não podermos exercer a nossa vontade, de ficar totalmente a mercê do outro. Mas ainda temos que evoluir muito moralmente e espiritualmente para aprendermos com o sofrimento do outro, e sabermos colocá-lo em prática em nossa vida, no nosso dia a dia. Saber realmente exercer a solidariedade a partir daquele que está ao nosso lado, ou seja ser um bom samaritano.

Que Deus me abençoe, e que no final de tudo isso que estou passando eu possa estar com minha alma mais limpa, e que possa ser uma pessoa melhor.

Pequena oração que eu sempre faço: "Senhor cura-me, mas em primeiro lugar cura meu espírito, para que minha alma possa chegar até voz com brancura que a criaste."



Um abraço e até breve.

Os sonhos inspiram nossa emoção... libertam a imaginação e irrigam nossa inteligência...

Quando o médico me deu alta ele disse que a possibilidade de colocar uma nova prótese iria depender totalmente do meu organismo. Voltei para minha cidade e mais uma vez fui para a casa de minha mãe. Logo que meu joelho cicatrizou comecei a fazer fisioterapia em uma clinica próxima a casa de meus pais. Depois de um tempo, quando já estava começando andar com o andador, voltei para minha casa. Pouco tempo depois apareceu uma nova infecção abaixo do joelho, esperei um tempo para ver se melhorava, o que não aconteceu, aí voltei a Belo Horizonte e procurei meu médico, ele me disse que estava acontecendo o que não queria que acontecesse, eu tinha adquirido uma infecção com o nome de osteomelite, infecção que afeta o osso, em adulto se dá normalmente quando há uma infecção de prótese, exatamente o que aconteceu comigo. O médico já tinha feito uma limpeza e colocado medicamento no osso da tíbia , local onde surgiu a osteomelite, agora tinha que esperar meu organismo combate-lá. Não seria possível fazer outra raspagem no osso, já estava com a perna esquerda mais curta mais ou menos dois centímetros, no caso de outra raspagem diminuiria mais ainda. Disse também que para colocar uma nova prótese, após a melhora de osteomelite teria que esperar um tempo para ter certeza que a infecção não voltaria. Aí voltei para casa para esperar a perna melhorar. Por causa da artrite reumatóide que tenho há muitos anos, tenho uma deficiência de ferro, o que me levou a ter uma anemia crônica, e com tantos problemas de saúde meu organismo ficou extremamente debilitado, inclusive com baixa resistência, o que vem prejudicando ainda mais a melhora da minha perna. Isso tudo aconteceu no ano de 2006, e até hoje estou lutando contra esta osteomelite, e contra o meu organismo debilitado. Como o joelho ficou solto tenho que usar um imobilizador, sem contar que tenho que fazer curativos todos os dias. Meu organismo não ajuda a melhorar a infecção, e a possibilidade de poder colocar outra prótese é praticamente impossível, o espaço entre a tíbia e o fêmur diminuíram muito, e o osso já está bastante avaliado. Tudo isso é muito difícil para mim ou para qualquer outra pessoa. São muitos anos de luta, de muita paciência, coisa que aprendi a ter ao longo destes anos. Sem poder andar direito, ás vezes com o andador quando estou bem, ou na cadeira de rodas, o pior de tudo é que passo o dia todo sozinha. Tive que aprender a ser forte acima de qualquer coisa, e também a lidar com a solidão. Mas tudo bem, viver para mim é tudo, enquanto vivo renovo minhas esperanças, que me faz sonhar, e sonhar é maravilhoso... os sonhos inspiram nossa emoção, libertam a imaginação e irrigam nossa inteligência.

E aí meus amigos essa é a história que tenho vivido até hoje.

Um abraço e até breve.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O sol nascendo de novo

Continuando minha estória anterior, fui para casa para me recuperar da cirurgia. Mas isto não aconteceu, voltei ao hospital em Belo Horizonte duas vezes para fazer revisão, só que o resultado não estava sendo satisfatório, sem contar que o atendimento no hospital era péssimo. Os médicos que me atenderam não eram os que tinham me operado, sequer tinha minha fixa no computador, eu é que tinha que explicar para o médico que cirurgia tinha feito. À proporção que o tempo foi passando, minha perna foi piorando a infecção aumentava, ficava o tempo todo na cama, sem poder mexer a perna, para tomar banho era um sofrimento, doía muito. Por mais que tentasse pensar positivo minhas forças estavam acabando, meu organismo estava bastante debilitado. É muito difícil lutar contra algo quando seu organismo está fraco, debilitado. Mas como Deus sempre estava ao meu lado me dando forças não me deixava desistir. Como meu plano de saúde do Ipsemg tinha sido liberado, procurei um médico na minha cidade o qual achou minha situação extremamente grave, me enviando imediatamente para se internada no Hospital do Ipsemg em Belo Horizonte. Tudo foi muito rápido, com dois dias tudo estava preparado. Fiz uma viagem muito difícil, sentindo muita dor. Mas ao chegar ao hospital fui atendida imediatamente e logo em seguida fui internada. Minha filha que tinha ido à frente para acertar tudo, estava me aguardando. O grau da infecção era tão grave que tive que ficar num quarto com isolamento total. Aí começou um longo tratamento, fiquei 60 dias internada no hospital, acompanhada pela minha filha, que na época deixou o emprego para ficar comigo. Fiz várias cirurgias para limpeza do joelho, os antibióticos que tomei eram tão fortes que alguns me causaram alergia. A última cirurgia foi para retirar o cimento que tinha sido colocado no meu joelho, e da haste do fêmur a qual também estava infectada. Só aí o médico me disse que por pouco não perdi minha perna e que o cimento jamais poderia ter sido colocado, ele fez com que a infecção aumentasse. Foram longo dias de muita luta pela vida, mas sou uma guerreira e um guerreiro não desiste nunca da luta. Até que num belo dia recebi a notícia que estava de alta, ia poder ver o sol nascer de novo. Agradeço minha filha por ter estado o tempo todo ao meu lado, abrindo mão do próprio emprego. Agradeço também ao meu primo e sua esposa que me acolheram em sua casa com todo carinho, e a minha prima pessoa especial, que me ajudou a me fortalecer espiritualmente, todos anjos bons que cruzaram meu caminho, me ajudando muito. Também não posso esquecer-me dos médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e outros. Que foram muito atenciosos e carinhosos comigo, que Deus seja uma luz constante na vida de todos.

Um abraço e até breve.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A esperança não pode morrer

Um tempo depois quando já tinha me recuperado totalmente da cirurgia do fêmur, fazendo planos e projetos para minha vida... comecei a notar que o local onde tinha sido colocado o parafuso da haste, próximo ao joelho, estava ficando avermelhado. Aos poucos foi piorando até que criou um grande abscesso, acabei tendo de me internar novamente, para retirar o parafuso, pois era muito perigoso infectar a prótese do joelho. Nesse meio tempo da minha recuperação, fiz um concurso para professor do estado, e para minha sorte passei. Exatamente no dia 08 de fevereiro de 2006 tomei posse do meu cargo de professora de Geografia. Comecei a lecionar muito feliz, pois era um sonho que não realizei quando mais jovem e agora no auge dos meus 50 anos estava realizando. Lecionava para o Ensino Médio, todos os meus alunos eram jovens acima de 15 anos. Apesar da rebeldia de alguns, coisa natural da idade, gostava muito de minhas turmas. Com pouco tempo de trabalho, comecei a sentir dor no joelho da prótese, achava que era porque ficava muito tempo em pé, mas não, estava enganada quanto a isto. Logo em seguida começaram aparecer abscessos no joelho, os quais eram preciso fazer curativos ás vezes até duas ou mais vezes ao dia, sem contar que doía muito. Chegou num ponto que tive de tirar licença do trabalho. Depois de procurar o médico, ficou constatado que a prótese do joelho tinha sido infectada, só tinha uma solução, retirar a prótese. Fui a Belo Horizonte ver a possibilidade de fazer a cirurgia de retirada da prótese. Por motivos que não vem ao caso no momento, não podia fazer a cirurgia pelo convênio do estado, o Ipsemg. Aí tive que fazer em um hospital que não era conveniado pelo estado. O médico que me indicaram segundo informações era excelente especialista em prótese. Depois de muitas e idas e vindas a Belo Horizonte para fazer avaliações e exames, marquei a cirurgia. No dia da cirurgia, quando já estava no bloco cirúrgico, notei que não era o médico com quem tinha combinado a cirurgia e sim um assistente dele que iria me operar, mas tudo bem deveria saber o que estavam fazendo. A cirurgia foi realizada, retiraram a prótese e no lugar colocaram uma espécie de cimento para que a perna não ficasse solta. Graças a Deus correu tudo bem. Com dois dias colocaram uma calha de gesso na minha perna, e me deram alta. Saí do hospital, passei em uma loja de produtos ortopédicos, comprei uma cadeira de rodas adaptada com suporte para colocar minha perna que tinha ficado dura, afinal não ia poder andar tão cedo e voltei para casa para esperar minha recuperação.
A partir deste momento comecei a sentir que minhas forças estavam diminuindo, apesar de toda minha fé tinha passado por tantas coisas, que ás vezes achava que ia desabar. Aí me lembrava de uma frase que dizia “Mente alegre é o melhor remédio para promover a saúde”, fazia uma oração, pedia forças a Deus, levantava a cabeça para seguir em frente... afinal minha ESPERANÇA não podia morrer.
Um abraço e até breve.

Surpresas geram fortalezas

A vida foi passando com seus altos e baixos. Minha filha estava mais ou menos com 20 anos de idade, nos últimos períodos da faculdade. Um belo dia levantei pela manhã, peguei meu café, fui tomá-lo na sala de televisão, para assistir ao jornal das 7 horas da manhã. Sentei no sofá e coloquei os pés em cima de uma banqueta para acomodar a perna dura. Em frente o sofá que estava sentada tinha outro sofá, o que tornava a passagem estreita. Minha cunhada me chamou no quintal da minha casa, e ao me levantar para atendê-la em vez de tirar a banqueta, tentei passar entre ela e o sofá... quando “dei por mim” já estava caída no chão, numa posição que a perna esquerda (a que tinha a prótese do joelho) ficou totalmente torcida. Tentei me mexer e não consegui, minha cunhada chamou seu esposo para me ajudar, me pegou e me colocou sentada na ponta do sofá. A dor era terrível, notei que minha perna estava torcida e deveria te acontecido algo muito grave. Chamaram a ambulância do corpo de bombeiro, os paramédicos me imobilizaram e me levaram para o hospital. Há como foi difícil, parecia que não chegava nunca, pois a cada buraco que a ambulância passava, era como se estivesse tirando minha perna. Ao chegar no hospital fui logo atendida, quando tiraram o raio x não dava prá ver a fratura, o médico sabia que tinha fratura, mas o Raio x não mostrava como da vez anterior. Durante três dias tiraram rio x, e só no quarto dia detectaram a fratura. Aí o médico marcou a cirurgia para o dia seguinte. Esses quatros dias foram terríveis, os medicamentos para dor eram injeções fortíssimas, tipo morfina, só assim a dor passava por um tempo. Quando fiz a cirurgia, foi como chegar ao céu, um verdadeiro alívio. Fiquei mais uns dias no hospital, como meu esposo e minha filha trabalhavam, fui para a casa da minha mãe, pois ainda precisava de cuidados especiais. Quando já estava quase com sessenta dias o médico me liberou para andar com um andador, mas sem forçar a perna. Então voltei para minha casa, alguns dias depois estava tomando café da manhã com minha filha, quando de repente escutamos um estralo como se alguma coisa tivesse se partido, senti que era alguma coisa com minha perna , tentei mexe-la e não consegui doía muito. Novamente o copo de bombeiro foi chamado e mais uma vez me levaram para o hospital. Chegando lá meu médico já estava me esperando, fiz um Raio X e confirmaram que a placa que tinha sido colocado no fêmur tinha partido. Cá pra nós o material deveria ser de primeira qualidade, não é mesmo?! Fui para a sala de cirurgia e desta vez colocaram uma haste dentro do osso do fêmur, a qual levava um parafuso próximo à bacia e outro ao joelho onde estava a prótese. Quando saí do hospital voltei novamente para a casa de minha mãe, quando estava me sentindo mais forte voltei para minha casa. Desta vez só andei com o andador depois de noventa dias. O mais difícil foi ficar dependendo de outras pessoas, isso era péssimo, mas logo que comecei a andar com o andador comecei a me sentir mais livre. Tive uma ótima recuperação, aí comecei aos poucos a retomar minha vida, é claro usando minha bengala... e pensando comigo mesma que agora iria ter uma trégua, pois afinal já tinha passado por muitas dores, muitas cirurgias e muitas atribulações.
Na vida, o dia de amanhã é como o clima ele é previsível mas podemos nos surpreender com uma chuva repentina ou um calor estarrecedor. Deus nos compete as dificuldades do dia a dia de acordo com a nossa força e como ferramenta incontestável de fortificante da nossa fé. Deus esteve segurando a minha mão ao meu lado todos os momentos e teve ainda assim momentos que ele me carregou no colo.
Um abraço e até breve.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A semelhança entre a UTI e a sala de visitas!

O tempo foi passando e a vida seguindo seu curso normal. Quando minha filha estava com mais ou menos 14 anos, um belo dia, ou melhor, uma bela noite rs, ao voltar de uma festinha de aniversário, comecei sentir que minha barriga e estômago estava começando a inchar e sentir dores nesta região. Vomitava tanto que acabei tendo de ser internada no hospital. Depois de muitos exames foi confirmado que era pedra na vesícula. Fiquei internada uns dias para tomar medicamentos. Voltei para casa e durante 60 dias fiz uma dieta especial, pois a vesícula estava muito inchada, só depois que voltou ao normal é que pude fazer a cirurgia. Marquei a cirurgia num hospital da minha cidade. Internei-me fiz uma laparoscopia, essa cirurgia é bem mais prática, é feito apenas três pequenos cortes no abdome de mais ou menos dois centímetros, em um deles é colocado uma câmera para visualizar as pedras, as quais são retiradas com outro aparelho. Esta cirurgia foi beleza, a recuperação foi bastante rápida. Nem se compara com aquelas que fazem um corte imenso. Como podem ver novamente estava eu internada em um hospital.
Até então hospital se tornou prá mim uma coisa comum, entrar num bloco cirúrgico então nem se fala, é como entrar numa sala de visitas, é mais que natural. Nunca tive medo, sempre me coloco nas mãos de Deus e dos meus protetores espirituais, minha fé sempre me dá a certeza de que tudo vai dar certo. Por isso digo que minha ESPERANÇA não morre nunca, gosto muito da vida, e acredito com muita fé que um dia ainda seguirei meu caminho sem tantos obstáculos.
Um abraço e até breve.

Uma nova companhia: a bengala!

Depois que recuperei da fratura no fêmur, minha vida voltou à rotina de sempre. Dava assistência minha filha que estava começando o ensino fundamental, eu apenas a orientava, pois ela adorava estudar e sempre foi muito inteligente, extremamente organizada e dedicada aos estudos. O tempo foi passando devagar como sempre, pois minha vida era bastante parada. Meu esposo nunca gostou de lugares muito movimentados, uma vez ou outra, íamos a um restaurante ou clube no final de semana. Volta e meia sentia dor no joelho esquerdo, a perna que era boa (boa em parte rs!), pois como disse antes, ele continuava inflamado por causa da artrite, fazia acompanhamento médico de noventa em noventa dias, as vezes até menos, pois a artrite ás vezes atacava meus braços e mãos, e aí... lá ia eu para a fisioterapia, só assim para aliviar as dores que incomodavam muito. Quando minha filha estava com uns dez anos, o joelho esquerdo piorou muito, meu médico pediu que procurasse um ortopedista em Belo Horizonte, especialista em joelho e prótese. Fui à capital consultei o médico, e depois de vários exames, foi confirmada a necessidade de colocar de colocar uma prótese no joelho, para que após a cirurgia o joelho pudesse dobrar. Voltei para minha cidade e organizei tudo para a cirurgia, que seria num hospital em Belo Horizonte, o mesmo médico com quem consultei iria fazer a cirurgia era um especialista muito bem conceituado em prótese de joelho. Marquei a cirurgia, fui para a capital acompanhada de minha mãe, durante a cirurgia tudo transcorreu bem, saí do bloco cirúrgico pode se dizer com um joelho novo, fiquei no hospital apenas uns quatro dias, comecei fazer fisioterapia no primeiro dia após a cirurgia. Voltei para casa onde dei continuidade a fisioterapia. Um mês depois voltei a capital para fazer a revisão da cirurgia, o médico chegou a conclusão que o joelho estava dobrando pouco. Aí tive que ficar internada novamente, me aplicaram a uma anestesia geral para forçar o meu joelho e dobrá-lo, e logo após me levaram para o quarto e colocaram uma máquina dobrando o meu joelho durante todo o tempo, só era desligada lá pelas 22 horas, no outro dia 07 horas da manhã começava tudo de novo, isso durou três dias. Desta vez viajei sozinha, fiquei hospedada na casa de minha prima, uma pessoa muito especial para mim. Durante o período que lá fiquei me dedicou uma atenção especial, mais uma vez a agradeço por isso e por muitas outras coisas, que ainda continua fazendo por mim. Quando terminei o tratamento voltei para casa, fiz fisioterapia durante um tempo e daí em diante passei a usar uma bengala, para me dar mais segurança, evitar quedas e assim não comprometer a prótese.
Para algumas pessoas ter que usar uma bengala seria o fim do mundo, mas para mim... não. Aceitei numa boa, afinal era para o meu bem. Adaptei-me rapidamente, era até mais fácil andar com a bengala por causa da perna dura, me dava mais segurança. É claro que isso chamava atenção das pessoas, mas isto nunca me incomodava, sempre encarei minha condição de deficiente física e conhecedora dos direitos dos portadores de deficiência física nunca deixei que me discriminasse.

Um abraço e até breve.

sábado, 27 de março de 2010

As ervas daninhas!

Como engravidei logo após minha formatura e passei muito mal, não exerci minha profissão. Aí veio minha filha... acabei me envolvendo com a criação dela, deixando assim minha profissão de lado. O tempo foi passando, minha filha crescendo, volta e meia ajudava meu esposo nos negócios. Construímos nossa casa, adquirimos um bom patrimônio e mudamos para a casa nova cheia de entusiasmo quando minha filha estava com mais ou menos seis anos de idade. Em uma manhã destas que a gente desperta mas que podíamos pular para o próximo dia... completava um mês que tínhamos mudado, estava passeando no jardim, uma parte do jardim era gramado existia uma passarela a qual ficava num nível mais alto que a grama, a grama estava muito bonita, mais existiam umas ervas daninhas, então de cima da passarela tentei arrancá-las, como minha perna era dura, não conseguia abaixar direito, aí de repente me desequilibrei e levei uma queda feia. Tentei levantar e não consegui, senti que tinha acontecido alguma coisa séria na minha perna. Chamaram meu esposo que junto com meu cunhado, me pegaram e colocaram na cama. Meu médico foi chamado, me examinou me medicou e pediu que observasse até o outro dia, pois podia não ser nada grave. Mas à proporção que o tempo foi passando a dor foi aumentado cada vez mais, era uma dor terrível... aí não teve jeito chamaram a ambulância e me levaram para o hospital. Ao fazerem o Raio-X, ficou confirmado a fratura, só quando colocaram uma tração na minha perna é que a dor passou. Uns três dias depois fizeram a cirurgia, a qual tiveram que colocar uma placa no fêmur. Acho que fiquei uns sete dias no hospital. Voltei para casa, levei uns sessenta dias para me recuperar. Graças a Deus tenho uma boa cicatrização, por isso a recuperação foi perfeita.
Mais uma vez lá estava eu enfrentando novamente um problema de saúde, mas com a alegria que sempre tive, sacudi a poeira e segui em frente.

Um abraço e até breve.

sábado, 20 de março de 2010

Um novo dia a dia...

Como disse no último texto, minha filha nasceu... linda e saudável. Era extremamente bom cuidar dela, mas logo senti que não poderia andar com ela no colo, era muito arriscado por causa dos joelhos que continuavam muito inchados, apenas quando estava sentada a segurava no colo, por isto andava com ela só no carrinho.
Seis meses depois precisei fazer uma cirurgia no meu joelho direito. Foi feito uma sinovectomia, ou seja, uma limpeza do joelho, fizeram à cirurgia e voltei para casa. Deveria ter começado a fisioterapia logo em seguida (informação que obtive muito tempo depois). Aí aconteceu o pior, a minha perna ficou dura, o joelho não dobrava, tive que aprender a conviver com isto, o que no inicio não foi nada fácil. Tinha que ter muita atenção quando andava, pois quando temos uma perna dura se não tivermos cuidado tropeçamos com a maior facilidade e aí a queda pode ser feia rs! O tempo foi passando e acabei me adaptando a nova forma de andar. Bem... este problema superei mas infelizmente virão outros que tornaram a exigir muito de mim.
Sempre acreditei, em reencarnação, por isso durante muito tempo fui uma espírita atuante, e ser espírita não é só pregar a doutrina, mas acima de tudo ser praticante e atuante. Hoje não sou uma espírita atuante, pois minhas condições físicas e de saúde não me permitem, nem mesmo ir ao Centro Espírita. Digamos então que sou Espiritualista. E o que é ser Espiritualista? É admitir a existência da alma e de uma forca superior, que é Deus. É a busca do progresso espiritual atuando dentro do campo vibratório do “Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Por isto encontro forças para encarar os problemas de frente, a minha fé e a minha vontade de viver sempre me fazem acreditar que vou vencer, e que amanhã será um novo dia.
Bem infelizmente, ou felizmente para a minha evolução e missão aqui na Terra, ainda terei que passar por muitas provações, aguardem-me.
Um abraço, e até breve.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Nasce minha filha

Como disse no texto anterior, comecei uma vida nova. Já casada minha vida mudou em todos os aspectos. Tive que assumir as responsabilidades de uma dona de casa. No princípio tudo correu bem, mas com o passar do tempo comecei a sentir que não podia fazer algumas tarefas da casa, principalmente aquelas que dependiam de minhas mãos, como lavar louças, roupas e etc. Tive então que colocar uma pessoa para me ajudar nas tarefas domésticas. Volta e meia quando fazia alguma extravagância, tinha uma crise, e assim aos poucos fui aprendendo a conviver com a artrite. Um ano após meu casamento, retomei meu curso na faculdade e comecei a trabalhar com meu esposo, pois ele era comerciante. O tempo passou, terminei a faculdade. Já estava completando cinco anos de casada, como a artrite estava controlada, decidi engravidar e procurei meu médico para saber as conseqüências reumáticas que poderia adquirir numa gravidez. O médico disse que era um risco que tinha que assumir poderia não sentir nada ou passar mal nove meses. Conversei com meu esposo e decidi pela gravidez, afinal já estava com 30 anos e estava mais que na hora de resolver se queria ter filhos. E aí aconteceu o pior senti dores os nove meses, os meus joelhos incharam tanto, que durante a gravidez fiz duas pulsões (retirada de líquido do joelho) e muita fisioterapia. À proporção que a barriga foi crescendo sentia o desconforto normal de uma gravidez, com pés inchados e outras coisas. Mas o pior de tudo era a terrível dor nos joelhos, principalmente durante a noite, juntava o desconforto da barriga que cada dia crescia mais, com as dores no corpo, tinha que agüentar, ser muito forte, afinal dentro de mim tinha um ser que precisava de toda minha energia e tranqüilidade para nascer com saúde. Não podia tomar medicamentos fortes como antiflamatórios e outros, para não afetar a criança, por isso tomava apenas analgésicos. Minha filha nasceu no dia 11 de junho, através de uma cesariana, apesar de ter entrado em trabalho de parto, e ter tudo para ter um parto normal. O que não foi possível por causa da inflamação nos joelhos. Para preservar meus joelhos tiveram que imobilizar minhas pernas com duas calhas de gesso. Graças a Deus minha filha nasceu saudável e linda.
Como podem ver mais uma vez tive que encontrar forças, muita força para enfrentar tudo isto. Mas a minha fé é inabalável, sabia da força que tinha dentro de mim, ergui a cabeça, superei os problemas, afinal tinha um pequenino ser que precisava de todo o meu amor e carinho e cuidados, minha filha querida.

Abraços, e até breve.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Como tudo começou... o pedido de casamento!

A partir de hoje começarei a contar para vocês um pouco da história da minha vida, para que assim possam entender os problemas de saúde que enfrento.
Como já disse tenho 55 anos, casada, professora de Geografia e tenho uma linda filha que hoje mora e trabalha em Belo horizonte, o que significa que além dos problemas que enfrento com minha saúde, ainda curto uma saudade muito grande da minha filha querida, saibam que a dor da saudade de uma mãe é terrível, dói não só o coração mas também a alma.
Há exatamente 32 anos atrás quando eu tinha 23 anos de idade e estava na melhor época da minha juventude, trabalhando e cursando a faculdade cheia de projetos e sonhos para realizar, comecei a ter os meus primeiros problemas de saúde. Devido a uma forte insolação a qual tive queimaduras de primeiro e segundo grau e logo em seguida tive uma grave infecção pulmonar o com o nome de pleurite (acúmulo de água na pleura). Para tratar tive que tomar remédios muito fortes, me levando a ter uma terrível alergia, que afetou todo o meu corpo, depois de longo tratamento melhorei Retornei ao trabalho e a faculdade... cheia de vontade e feliz por ter recuperado minha saúde. Mas aos poucos comecei sentir pequenas dores nos tornozelos, joelhos, mãos e cotovelos, o que com o passar do tempo foram aumentado cada vez mais. Após consultar muitos médicos, foi diagnosticado como artrite reumatóide. Fiquei muito mal, tive que trancar o curso da faculdade e parar de trabalhar, pois fiquei com braços, mãos e joelhos muito inchados a ponto de ter dificuldade para andar, sentar, levantar e às vezes até para comer, sem contar que as dores eram terrivelmente fortes, o que se fazia necessário o uso de medicamentos para dor o tempo todo. Depois de muito tratamento consegui estabilizar o problema. Curar era impossível, pois artrite reumatóide não tem cura, se consegue apenas controlá-la com muita fisioterapia e antiflamatórios. O meu atual esposo na época era meu namorado, o qual esteve ao meu lado durante todo o tempo... E aí como estava relativamente bem com a doença controlada, recebi um pedido de casamento, resisti em aceitar, mas depois de muita conversa acabei cedendo, logo ficamos noivos. No dia primeiro de setembro de 1979, exatamente às 20 horas nos casamos. Foi um lindo casamento, entrei na igreja cheia de novos sonhos, pois parte dos sonhos anteriores tinha ficado para trás, como toda noiva achava que a vida iria ser maravilhosa jamais imaginava que minha saúde iria complicar ainda mais.
Por hoje é só, mas antes de encerrar quero dizer-lhes que apesar de todos os problemas que enfrentei e enfrento, sempre fui uma pessoa alegre e feliz procurando sempre viver em conformidade com a vontade de Deus, este “Ser Maravilhoso” que sempre está ao meu lado, orientando os meus passos e me fazendo acreditar que amanhã será um dia melhor, e que a ESPERANÇA deve estar sempre viva dentro de nós.
Aguardem-me, logo continuarei a relatar as dificuldades que enfrentei na nova vida de casada.
Abraços, e até breve.

sábado, 13 de março de 2010

Compartilhando experiências...

Antes de começar contar a história da minha vida, gostaria de compartilhar com vocês uma experiência que tive nesta semana.
Sou uma pessoa que tem sérias seqüelas de uma artrite reumática, a qual convivo desde meus 23 anos de idade, detalhes que contarei depois. Por isto tenho a perna direita dura ou seja não dobra o joelho, e há quatro anos convivo com uma séria infecção no joelho esquerdo, o qual tinha uma prótese e teve que ser retirada, também causada por uma infecção. Com tudo isto para andar a minha perna tem que ser imobilizada com um imobilizador especial, o que significa que fico com as duas pernas duras, o que não é nada fácil.
Nesta semana tive que ir a Belo Horizonte fazer uma perícia médica, para minha aposentadoria por invalidez. Resolvi viajar de avião, para evitar os transtornos de uma viagem de carro, o que levaria no mínimo seis horas. Apesar da companhia aérea garantir ter um atendimento adequado aos portadores de deficiência física, no meu caso uma cadeirante, pois antes de comprar a passagem me informei com a empresa para não ter de passar por nenhum constrangimento, mas na verdade foi extremamente complicado até ser colocada dentro do avião. Primeiro foi na hora de fazer o check-in, quando viram que minhas pernas não dobravam começaram colocar empecilhos, questionando como eu iria ficar acomodada dentro do avião, já que o espaço entre as cadeiras é bastante pequeno, o que realmente é verdade pois uma pessoa de um metro e noventa de altura teria sérias dificuldade em acomodar suas pernas. Depois de muita conversa, resolveram chamar o comandante da aeronave para resolver o que para eles era um problema, o que aconteceu rapidamente, decidiu-se por deitar o encosto da cadeira da frente para que pudesse colocar as minhas pernas. Mas só foi possível porque o vôo estava com poucos passageiros. Pergunto, e se estivesse lotado? Certamente teria que esperar até aparecer um vôo com poucos passageiros?! Absurdo não é mesmo? E se não surgisse esse vôo perderia a viagem? E a perícia como ficaria, seria no outro dia as sete e vinte da manhã. Depois foi na hora de entrar no avião, para começar, o aeroporto de Montes Claros não possui “Fingers” (túneis de acesso que levam o passageiro do gate até a aeronave) como era um avião de porte pequeno, com escada para subir, fui colocada numa pequena cadeira com cinto de segurança e dois funcionários me levaram até dentro do avião. Ainda bem que fizeram isto antes dos outros passageiros; pois é uma situação bastante constrangedora. Mas pelo menos para compensar tudo isto, os funcionários que me ajudaram e os comissários de bordo foram muito atenciosos... mais triste em tudo isto é saber que apesar de todo o progresso e evolução que existe, os portadores de deficiência são deixados em segundo plano. Ainda bem que com todo o trabalho da mídia, muitas pessoas e empresas estão tomando consciência dos problemas que enfrentamos.
Mas bem, na verdade tudo valeu a pena. Fiquei hospedada no Hotel Quality, e aí sim tive um excelente atendimento, inclusive com uma suíte e banheiro todo adaptado para portadores de deficiência física, o qual indico a quem precisar. E o melhor de tudo isso é que consegui minha aposentadoria. Ufa, que alívio.
Para encerrar aproveito para agradecer minha filha querida, pela assistência e todo carinho que teve comigo, durante todo o tempo que lá estive. Te amo muito linda.
Um abraço a todos, e até breve.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Iniciando...

Hoje é meu primeiro dia no blog, sendo assim deixo aqui um pouco do meu perfil.

Tenho 55 anos, sou professora e estou há quatro anos de licença médica por motivos que depois explicarei, gosto de ler bons livros tipos espiritualistas, auto ajuda, romances e outros desde que possam acrescentar algo de bom para minha vida... a qual não é nada fácil. E um dos objetivos deste blog é exatamente passar para as pessoas um pouco da minha experiência de vida.

Um abraço a todos, até breve.
Iara...