sábado, 13 de março de 2010

Compartilhando experiências...

Antes de começar contar a história da minha vida, gostaria de compartilhar com vocês uma experiência que tive nesta semana.
Sou uma pessoa que tem sérias seqüelas de uma artrite reumática, a qual convivo desde meus 23 anos de idade, detalhes que contarei depois. Por isto tenho a perna direita dura ou seja não dobra o joelho, e há quatro anos convivo com uma séria infecção no joelho esquerdo, o qual tinha uma prótese e teve que ser retirada, também causada por uma infecção. Com tudo isto para andar a minha perna tem que ser imobilizada com um imobilizador especial, o que significa que fico com as duas pernas duras, o que não é nada fácil.
Nesta semana tive que ir a Belo Horizonte fazer uma perícia médica, para minha aposentadoria por invalidez. Resolvi viajar de avião, para evitar os transtornos de uma viagem de carro, o que levaria no mínimo seis horas. Apesar da companhia aérea garantir ter um atendimento adequado aos portadores de deficiência física, no meu caso uma cadeirante, pois antes de comprar a passagem me informei com a empresa para não ter de passar por nenhum constrangimento, mas na verdade foi extremamente complicado até ser colocada dentro do avião. Primeiro foi na hora de fazer o check-in, quando viram que minhas pernas não dobravam começaram colocar empecilhos, questionando como eu iria ficar acomodada dentro do avião, já que o espaço entre as cadeiras é bastante pequeno, o que realmente é verdade pois uma pessoa de um metro e noventa de altura teria sérias dificuldade em acomodar suas pernas. Depois de muita conversa, resolveram chamar o comandante da aeronave para resolver o que para eles era um problema, o que aconteceu rapidamente, decidiu-se por deitar o encosto da cadeira da frente para que pudesse colocar as minhas pernas. Mas só foi possível porque o vôo estava com poucos passageiros. Pergunto, e se estivesse lotado? Certamente teria que esperar até aparecer um vôo com poucos passageiros?! Absurdo não é mesmo? E se não surgisse esse vôo perderia a viagem? E a perícia como ficaria, seria no outro dia as sete e vinte da manhã. Depois foi na hora de entrar no avião, para começar, o aeroporto de Montes Claros não possui “Fingers” (túneis de acesso que levam o passageiro do gate até a aeronave) como era um avião de porte pequeno, com escada para subir, fui colocada numa pequena cadeira com cinto de segurança e dois funcionários me levaram até dentro do avião. Ainda bem que fizeram isto antes dos outros passageiros; pois é uma situação bastante constrangedora. Mas pelo menos para compensar tudo isto, os funcionários que me ajudaram e os comissários de bordo foram muito atenciosos... mais triste em tudo isto é saber que apesar de todo o progresso e evolução que existe, os portadores de deficiência são deixados em segundo plano. Ainda bem que com todo o trabalho da mídia, muitas pessoas e empresas estão tomando consciência dos problemas que enfrentamos.
Mas bem, na verdade tudo valeu a pena. Fiquei hospedada no Hotel Quality, e aí sim tive um excelente atendimento, inclusive com uma suíte e banheiro todo adaptado para portadores de deficiência física, o qual indico a quem precisar. E o melhor de tudo isso é que consegui minha aposentadoria. Ufa, que alívio.
Para encerrar aproveito para agradecer minha filha querida, pela assistência e todo carinho que teve comigo, durante todo o tempo que lá estive. Te amo muito linda.
Um abraço a todos, e até breve.

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